É
vergonhoso o tratamento ofertado por médicos brasileiros na recepção de
profissionais (se duvidar, melhores do que eles... pelo menos como
SERES HUMANOS eu tenho certeza que são agora) da mesma classe em minha
capital (Fortaleza).
Fico extremamente triste com a visão ridícula e
totalmente imatura do ponto de vista político deste ato público, ainda
tratado como "exibição da democracia" existente em nosso país por alguns
ignóbeis... Se é esta a democracia que possuímos, não estou muito certo
se a desejo mais, afinal, parece que certos brasileiro não tem uma
formação encefálica suficiente para usufruir da mesma com o simples uso
do bom senso.
Um dos poucos países que se vangloriam por
receber todos de braços abertos promoveu uma cena humilhante para os
profissionais da medicina que iriam suprir rincões do Brasil que
necessitam urgentemente deles. Os senhores e senhoras que estavam no
aeroporto para vaiar e xingar ontem JAMAIS iriam sair de suas vidinhas
confortáveis e mimadas para auxiliar seus patrícios enfermos nestes locais.
Fico impressionado como os pseudos profissionais de cursos "superiores"
possuem esta visão deficiente para o que estavam promovendo... Será que
eles não perceberam? Não estudaram nada senão a anatomia e como o
sistema hepático funciona? Talvez umas aulinhas de psicologia básica
estejam faltando em seus currículos... Tal ato apenas inflamou a
população CONTRA a causa deles. Se antes, o povo estava dividido em
certas opiniões em relação ao médico estrangeiro ser trazido para cá
(sendo a minha pessoa um exemplo disso) posso falar, sem sombra de
dúvida, que o número de simpatizantes da causa médica nacional diminuiu
consideravelmente com este exemplo (e outros, que aparecem diariamente) e
digo mais: TRAGAM mais médicos sim, porque se são estas as criaturas
bestiais que irão me atender nos consultórios, prefiro ser tratado por
um estrangeiro.
Na verdade, deixe que eu suporte estes loucos
com meu plano particular sucateado, porque as pessoas que vão usufruir
destes profissionais de fora já sofrem mais do que deviam na rede
pública e não precisam ser tratados de forma ignorante também. Porque,
se estes "médicos" brasileiros já tratam seus "iguais" assim (algo que
nem acho mais, pois os estrangeiros se mostraram superiores, com uma
elegância ímpar ao não responder as agressões gratuitas), imagino o que
fariam ao tratar pacientes mais humildes.
Acredito que a classe
médica deveria repensar em suas diretrizes de reivindicação de
direitos, como também sei que a MAIORIA deles não agiria desta forma.
Sei que uma punição, promovida pela própria classe médica, para tais
atos falhos de certos membros, seria vista com bons olhos, como uma
forma de mostrar que esta minoria com sérios problemas de auto-afirmação
profissional não representam o pensamento dos VERDADEIROS profissionais
da medicina em nossa nação.
Querem reclamar? Façam isso com o Governo que NÓS elegemos.
Quando questionado sobre o “padrão” da instituição que
representa Jérôme Valcke, secretário geral da FIFA, garantiu que podemos sim
associar esta expressão, usada de forma irônica pelos brasileiros nos últimos
tempos, como sinônimo de “alta qualidade”.
Em suas palavras, o secretário continua: “...Um bilhão de pessoas assistindo à final. Três milhões de pessoas
nos estádios etc, etc. Quando temos estes números, temos que fazer o melhor.
Não podemos desapontar as pessoas. Elas esperam o melhor tanto dentro do campo,
quanto nas cidades. Querem se divertir quando vierem para o Brasil. Por isso
pedimos muito, pedimos o melhor. Por isso nosso padrão é tão alto. Tenho
certeza de que, quando observarmos o que foi entregue, teremos o padrão Fifa”.
Existem alguns trechos interessantes que podemos resgatar do
comentário desse homem que trabalha para a maior instituição esportiva do
mundo.
“Não podemos desapontar
as pessoas”,
referindo-se a grandiosidade do evento. Pois bem, sinto informar, mas estão
desapontando. Não me refiro à instituição-mor do futebol, e sim, aos políticos
que resolveram trazer este evento mundial para nosso país. Era tudo muito belo
quando o ex-presidente Lula conseguiu trazer a Copa do Mundo para a “Terra do
Futebol”. Contudo, algumas coisas não foram esclarecidas para os brasileiros.
Não explicaram que os países europeus que haviam sediado as
Copas anteriormente haviam adquirido grandes prejuízos financeiros e que, após
o evento, as instalações exigidas pelo “padrão FIFA” se tornaram subutilizadas.
Não disseram que o investimento privado nos estádios acabaria sendo
complementado, senão totalmente pago, com verbas públicas, porque se esqueceram
de planejar que o investimento particular somente surge quando o projeto é
lucrativo. “Esqueceram” de informar que aqui é a terra do “jeitinho” e, ao
chegar próximo da data do evento e com as pressões impostas pela FIFA (em seu
total direito contratual), seria respondida com desvios de verba, investimentos
emergenciais e superfaturados, cinismo por parte dos políticos e alegria por
parte das empreiteiras que participam dos “projetos bem delineados” do governo.
“Elas esperam o melhor
tanto dentro do campo, quanto nas cidades”. De fato, esperamos. Esperamos por gerações e
gerações de mandatos uma mudança em nosso país que não surge. Aguardamos
ansiosamente ver em nossas cidades um “padrão FIFA” para escolas, hospitais e
segurança pública.
É evidente a conclusão que melhoramos de uns anos para cá. As
pessoas têm mais conforto, liberdade, oportunidades de se desenvolver, porém...
Não foi suficiente. Sempre temos a sensação de estar faltando algo, que poderia
ser melhor, que estamos sendo iludidos e que a espera, compartilhada por todos
os brasileiros há décadas, parecer não suprir mais nossas ânsias.
Toda geração de jovens, durante anos, sempre sonhou com um
Brasil melhor. Lutaram, gritaram, foram às ruas, imaginando que quando chegasse
sua vez de tomar o poder seria diferente e, então, esperaram.
De fato, tais gerações chegaram ao poder e... Aquele
“altruísmo” todo parece ter desaparecido. Na verdade, esta definição parece não
existir no dicionário dos principais nomes políticos no Brasil hoje. E, o pior, é que
tal “tendência altruística” aparenta diminuir com os anos e sumir completamente
ao assumir um cargo eletivo no governo. Pois é...
Para concluir: “Por
isso pedimos muito, pedimos o melhor”. Exato, senhor secretário, é isso que
nós, brasileiros, deveríamos pedir: o melhor. Estamos acostumados com os
restos. Somos o cachorro que late para o automóvel de forma incessante, mas que
não sabe reagir quando o carro para ao seu alcance.
Vemos nossas escolas e exigimos “padrões FIFA” para as
mesmas, mas não sabemos como pedir. Assistimos a falta de remédios e médicos
estressados ou relapsos em nossos hospitais e não sabemos consertar isso. Reclamamos
porque vivemos cercados por grades e temos medo, não dos criminosos, mas da
ausência do Estado em nossas vidas para que ele controle tais índices e promova
um grau de segurança em nosso dia-a-dia.
Enfim, antes de exigir um “Brasil padrão FIFA”, talvez
devêssemos exigir políticos neste padrão e, o mais importante, brasileiros que
se enquadrem neste padrão.
O palestrante Luciano Pires, em um de seus textos fala: “O ser humano quer mais. Depois que
experimenta algo, quer algo melhor. Sempre melhor. E no processo de busca pelo
algo melhor, passa por cima do altruísmo. Ou olha em volta, vê todo mundo se
dando bem, cansa de ser o otário e parte para fazer o que todo mundo faz. E
entra no jogo...”.
Então? Chega de entrar no jogo deles e pedir por “padrões”
que não fazemos por merecer. Devemos começar a confiar em nós. Não apenas
façamos e falemos sem pensar, agindo como um idiot savant (aquele que apenas possui o "conhecimento" mas não o discernimento das situações) em nossa ignorância. Chega de odiar a política, chega
de desconhecer como funciona a sociedade, chega de conformismos... Falhamos ao
não colocar nosso altruísmo como parte de nosso caráter e nossos sonhos como
metas. Será que falhamos ao amadurecer?
Por isso, exigir um país “Padrão
FIFA” se você não consegue ser um brasileiro que se enquadra em um “Padrão
Cidadão” talvez não adiante muito...
Antes de mais nada, este texto (como sempre) é de caráter opinativo e, apesar desta vez eu pretender pesar os dois lados, pretendo possuir uma argumentativa racional (pelo menos para mim).
Uma PEC (Proposta de Emenda Constitucional) é uma proposta feita para alterar certo ponto da Constituição Federal. Exatamente por estar mexendo nesta, requer um maior tempo de preparo e adaptação, passando duas vezes pelas duas casas do povo (reconhecidas por Senado e Câmara dos Deputados). Esta, em particular, foi proposta em 8 de Junho de 2011.
Uma das várias reivindicações vistas nos protestos que varrem o Brasil neste período de Copa das Confederações, que fizeram o brasileiro redescobrir o direito de protestar pelo visto, foi a negação deste projeto por parte da população. Basicamente, o que foi passado para as pessoas era que seria um instrumento que retiraria o poder de investigação do Ministério Público, o que de fato é. O problema é "como" isso foi passado.
Então, eu, que sou leigo e ainda irei começar na faculdade de Direito, pensei: "Bem, menos pessoas/órgãos investigando resultará em um maior índice de impunidade. Logo, a corrupção e crimes de colarinho branco serão delegados as Polícias Civis, Federais e Judiciárias, já sobrecarregadas e com deficiência de pessoal e meios para promover as investigações, logo, será um ato horrível." Muitos, talvez, tenham pensado da mesma forma que eu (e não estão errados, até certo ponto) contudo, vale esclarecer certas sombras.
Ainda sou contra a PEC 37, do jeito que o atual se expressa, para deixar bem claro. Porém, vamos observar algumas coisas. Primeiro, você já leu a PEC 37? Se não, aqui a coloco na íntegra para que você possa entender os motivos (pelo menos colocados no papel) para a aprovação da mesma. Pois bem, após ler a proposta de emenda do Deputado Federal Lourival Mendes (PT), resolvi me aprofundar um pouco mais no estudo desta questão.
Então, fui pesquisar sobre as funções deste órgão e encontrei na Constituição Federal, no Art.129, que diz: "São funções institucionais do Ministério Público". Em NENHUMA delas existe o poder de investigação. Pois é, o que o MP faz hoje é inconstitucional, aparentemente... mas, esperem, inciso VII do mesmo artigo: "Exercer o controle externo da atividade policial, na forma da Lei Complementar mencionada no artigo anterior", esta lei era a complementar n°75 de 1993, intitulada "Lei Orgânica do Ministério Público da União". Fui ler.
Pois bem, no artigo 3° da citada lei ("O Ministério Público da União exercerá o controle externo da atividade
policial tendo em vista") encontrei no item "D":"a indisponibilidade da persecução penal". Onde estou querendo chegar né? Calma...
"O procedimento criminal brasileiro engloba duas fases: a investigação criminal e o processo penal.
A
investigação criminal é um procedimento preliminar, de caráter
administrativo, que busca reunir provas capazes de formar o juízo do
representante ministerial acerca da existência de justa causa para o
início da ação penal.
O processo penal é o procedimento
principal, de caráter jurisdicional, que termina com um procedimento
judicial que resolve se o cidadão acusado deverá ser condenado ou
absolvido.
Ao conjunto dessas duas fases, dá-se o nome de persecução penal."
(Fonte: http://www.jurisway.org.br).
E agora? Se a Polícia estivesse "indisponível" de investigar, seria o MP que poderia assumir a investigação? Estaria "implícito" o direito do MP de investigar? Seria "legal" a investigação promovida por ele? Ele deveria dar meios para a polícia investigar e tornar aquele fato "disponível"?
Percebem a confusão? E eu que sou leigo, acabei trilhando este caminho, imaginem os debates que os verdadeiros juristas travam a respeito da questão...
O correto a se pensar neste caso, do meu ponto de vista, é que do jeito atual não seria ideal retirar tal poder do MP. Alguns caracterizam de um "MP fascista" (maldita palavra que não sai do vocabulário atual) mas que, desta vez, faz sentido por ter sido utilizado nestes Estados, onde o modelo do "promotor-investigador" prevalecia e era único. O problema da comparação é que os poderes de investigação das Polícias não foram retirados aqui e tanto o Juiz como a Defesa são partes independentes do processo, fato que um Estado Fascista não permitiria.
Para mim, tal ato só poderia ser aprovado caso as Polícias Federal, Civil e Judiciária obtivessem a plena capacidade de conseguir promover todas as investigações e a tal "indisponibilidade" não pudesse mais ser alegada pelo Ministério Público. Em outro cenário, poderia ser criado um grupo do MP especializado para a área de investigação, acabando com a alegação escrita na PEC 37 que "o êxito das investigações depende de um cabedal de conhecimentos técnico-científicos de que não dispõe os integrantes do Ministério Público e seu corpo funcional...". Enfim, tem muitos prós e contras neste discurso e acredito que fiz meu papel aqui de esclarecer alguma coisa.
O deputado e presidente da Câmara Henrique Alves (PMDB), hoje, voltando de sua viagem à Rússia, anulou a ideia de adiar a PEC 37 do seu vice (Deputado André Vargas do PT) para o segundo semestre e a colocou para votação no dia 3 de Julho, afirmando que: "A Câmara tem que mostrar o quer quer, tem que mostrar a sua cara. E a maneira de fazer isso é votando." Vejamos no que vai dar...
Parágrafo Inserido (28/06/13): Adiada, a mesma foi negada por uma esmagadora votação dos Deputados Federais. O Ministério Público manterá seu poder de investigação. Contudo, esta Emenda possuía grande apoio na mesma Casa antes dos protestos que mexeram (e estão mexendo) a nação. Mesmo achando que esta foi uma resposta demagógica dos caros Deputados (que até levaram panfletos para a votação, negando a PEC 37, um ato ridiculamente cômico para mim... seria isso tudo medo?), pelo menos percebe-se que o Povo nas ruas fez grande influência neste assunto. Quem sabe o que mais poderemos conseguir.
Gostou? Tem mais, logo falarei de uma PEC que acho bem peculiar também: a 33. "Caso aprovada, ela modificará a relação entre os três poderes do país,
ou seja, permitirá ao Congresso ter controle sobre ações do Supremo
Tribunal Federal." (Nação Jurídica) Neste caso, mostrarei meu ponto de vista dos motivos de achar isto absurdo e porque isto iria ferir o ideal da separação de poderes proposto por Montesquieu.
Você que escuta gente que fala de radicalismo e dos vandalismos como
algo belo e que usam a desculpinha de que o Governo é o verdadeiro
vândalo por não atender decentemente nosso povo, vou deixar um ditado
que meus avós falavam e uma reflexão. "Um erro não justifica o outro".
Porque é um erro? Ao contrário dos que apenas falam e adoram pagar de
"justiceiros", eu explico:
Perceberam que o que
estão quebrando é patrimônio público, pago com o seu dinheiro e que você utiliza? E, quando
é particular, aquela pessoa física não é culpada e muito provavelmente
sofre várias das mesmas coisas pelas quais você está lutando contra?
"Patrimônio de pessoa jurídica nós quebramos", alguns dizem, empresas
que dão empregos e oportunidades para brasileiros e que acabam demitindo
para não ter que falir ou pagar dívidas, pois elas não tem obrigação de
ter prejuízo...
Também não seria uma bela desculpa para desestabilizar o governo atual, aproveitado pela oposição que não
tem escrúpulos, mesmo escrúpulo que os atuais gerentes de nossa nação
não têm? Vale mesmo lutar para colocar as múmias políticas, que só mudam
a legenda, e que roubam tanto quanto as atuais? Acordem! Cuidado com os
aproveitadores! Já vi vídeos belos de alguns políticos no senado, partidos na televisão e
jornalistas, dizendo o mesmo que mencionei no primeiro parágrafo, que a
primeira vista são de apoio aos movimentos, mas que por trás... Para mim, é uma bela
demagogia, violência NUNCA é a solução.
Mandela e Gandhi não
mudaram seus países com paus e pedras, mas com suas ideias e a adesão do
povo as mesmas de forma pacífica. O primeiro, foi preso por
"terrorismo" por vários anos e, quando saiu da cadeia, foi eleito
presidente e quando quiseram segregar os brancos no país (os mesmos que o
fizeram perder diversos anos de sua vida) ele disse "não" e chamou para
junto dele aqueles que desejavam um país melhor. Generalizações jamais
são bem-vindas do meu ponto de vista.
O segundo, dizia que
"entre a violência e a covardia, somente aí a primeira deve ser
escolhida". Não vejo mais um povo covarde nas ruas há mais de uma semana
em nosso país, e assim, não precisamos requisitar a mesma para alterar nosso
país. O mesmo homem proferiu estas palavras: "Primeiro eles te ignoram,
depois riem de você, depois brigam, e então você vence." Eles já nos
ignoraram, eles já riram, eles estão brigando...
Então... Que
diabos de mensagem isso passa? "Famílias brasileiras, não venham
conosco, pois seus filhos e pais podem levar tiros de borracha devido
aos nossos atos inconsequentes"? "Mundo! Não é legal fazer eventos e
investimentos internacionais aqui, porque em vez de fiscalizarmos nossos
políticos e reclamar nas casas dos três poderes, vocês podem levar uma
surra da PM no meio da rua e serem confundidos com marginais e não
deixaremos vocês chegarem aos eventos". Sinceramente, isso é uma atitude
acéfala e que se parassem para pensar por 1 minuto seria óbvia a
incoerência da ação.
Pelo teor de minhas observações aqui e na matéria anterior, espero ter sido claro em demonstrar que sei distinguir os protestos daqueles que aproveitam para ser saqueadores ou bárbaros ignorantes, apenas resolvi falar sobre porque já vejo a deturpação do movimento digno pelo qual lutamos. Sempre é bom esclarecer...
Enfim, avante Brasil, sem violência e com ideais, projetos e exigências por uma nação melhor!
Fazia um bom tempo que eu não me sentia motivado a escrever algumas palavras neste espaço. Observando os atuais acontecimentos em desenvolvimento na nossa nação, venho tecer alguns comentários pessoais, de forma sincera e com o pouco conhecimento que obtive durante estes anos, do que ocorre hoje no cenário brasileiro.
Um alerta: este texto não possui o intuito de ser o propagador da verdade, contudo, acredito que o embasamento em argumentações concretas é essencial para um movimento social/político e creio que praticar o sofismo em uma hora tão delicada é um crime capital, principalmente para o lado dos que lutam contra o governo, pois seria usar as armas deste. Existem pessoas que possuem esta habilidade de tornar o gordo em magro, o alto em baixo, o sol na lua e o certo em errado, apesar destes últimos serem conceitos abstratos. Tais seres humanos são essenciais em um governo corrupto, para manter a máquina do Estado funcionando... Por que? Ora... Se você perguntar a um destes exemplares de nossa espécie e ele estivesse num acesso de sinceridade atípico: "qual é a verdade?". O mesmo responderia: "Depende. Em que você deseja acreditar?".
Isto, meus amigos, é o começo do fim. Quando aceitamos tais "verdades" (sim, é mais fácil você crer no que um sofista fala, simplesmente por sermos humanos e a nossa mentalidade tender ao individualismo em vez do altruísmo, algo pelo qual você não deve se repreender, somos assim e raros são os casos na história escapam desta definição) permitimos que o manipulador, aquele que apresentou certos argumentos para você ficar sossegado e parar de gastar energia pensando naquele problema, possa começar a fabricar seu verdadeiro intuito. Este tipo de pensamento foi o primeiro a ser constatado e lembrado na história do Ocidente nas ilhas gregas, ensinado (em sua definição) nas primeiras aulas de Filosofia no currículo de nossas escolas e existe até hoje...
Agora que os senhores estão devidamente alertados deste tipo de gente (não que vocês não os conhecessem... Talvez só não soubessem que existe gente assim desde quando começamos a registrar nossa história) vamos aos meus argumentos... Esperando que eu possa demonstrar bem o que eu constatei.
O movimento iniciado na maior cidade do Brasil contra o aumento do preço das passagens do péssimo serviço público de transportes oferecido em São Paulo, e na maioria das cidades brasileiras, foi o estopim para juntar milhares de pessoas nas ruas de nosso país e evoluir para diversas reivindicações. Jovens, adultos, idosos, ricos, pobres, baderneiros, ativistas, sonhadores... Todos estavam representados e rotulados pela mídia nos protestos que eu vi ocorrerem não somente em SP, mas em Brasília, Belo Horizonte, Fortaleza, Rio de Janeiro e outras cidades.
O primeiro ponto que observei é a clara definição de segregação dos movimentos e daqueles que os compunham, sempre tratados por "grupos sociais" e nunca, simplesmente, por "brasileiros". Obviamente, uma clara tentativa de diminuir a importância destas mobilizações, pois ainda existe preconceito entre diversos destes "grupos" em nosso país e o conceito de "se misturar" ainda é muito difícil para nós.
Atos de truculência foram praticados por policiais em diversas cidades. Bem, atos de escolta em Belo Horizonte e Fortaleza para transformar os protestos em atos pacíficos foram promovidos pela mesma instituição. Da mesma forma, atos de vandalismo e depredações ao patrimônio público ocorreram em várias cidades. Contudo, a maioria dos que estavam nestes protestos eram contrários a violência (no caso de Fortaleza, o protesto era exatamente contra a mesma que assola nossa cidade) e apenas desejam um país melhor. Deixemos de ser simplistas em nossas argumentações.
O segundo ponto é a argumentação que eu me contorço todo quando escuto: "onde já se viu protesto sem violência?", usado diversas vezes. Trago para os senhores, um exemplo, dos vários que conheço:
Em 25 de Abril de 1974, em Portugal, ocorreu a Revolução dos Cravos. O povo português, sofrendo horrores com a ditadura fascista salazarista que havia começado em 1933, não suportava mais a estagnação econômica e tecnológica que o país sofria, juntamente com a repressão e as características que somente um estado de extrema direita (no caso) ou extrema esquerda sabem fazer.
"Conduzido por um movimento MILITAR(sim, militar é gente também viu? Não são todos fascistas malucos como gostam de pintar aqui no Brasil, principalmente depois da redemocratização... Ninguém lembra que o golpe militar não funcionaria se não tivesse o apoio de boa parte da sociedade civil, traduzindo: nós), o Movimento das Forças Armadas (MFA), composto por oficiais intermediários da hierarquia militar, na sua maior parte capitães e que foram apoiados por oficiais milicianos, estudantes recrutados, muitos deles universitários" foi o responsável pela desestruturação do governo fascista criado por Salazar.
Em 24 de Abril, o golpe militar estava preparado. Diversos quartéis esperavam a canção "Grândola, Vila Morena" (proibida no país pelo seu teor "socialista") tocar na rádio combinada, sinal de que o movimento iniciaria. Na madrugada, a ação dos militares iniciaram com o intuito de acabar com a ditadura. Na manhã do dia 25, os portugueses comuns acordaram e viram movimentações de militares e estudantes em massa nas ruas do país, só que, a grande surpresa: os tanques, armas e espadas estavam voltadas aos centros de poder político daquele Estado corrupto e não para eles. A adesão ao movimento das massas foi instantânea aos golpistas.
"No dia 26 de abril, forma-se a Junta de Salvação Nacional, constituída por militares, que dará início a um governo de transição. O essencial do programa do MFA é, em síntese, resumido no programa dos três D: DEMOCRATIZAR, Descolonizar, Desenvolver." Um ano depois, eleições livres para a Assembleia Constituinte foram promovidas pelos militares, que se afastaram do poder e agora opinariam como todos: nas urnas.
"O cravo vermelho tornou-se o símbolo
da Revolução de Abril de 1974. Segundo se conta, foi uma florista de
Lisboa que iniciou a distribuição dos cravos vermelhos pelos populares
que os ofereceram aos soldados. Estes colocaram-nos nos canos das
espingardas. Por isso se chama ao 25 de Abril de 74 a "Revolução dos
Cravos""
Confrontos? Para ser honesto, "apenas" quatro pessoas foram mortas na revolução, quando elementos da polícia secreta (se equipara ao DOPS que havia aqui no Brasil) dispararam de um prédio sobre um grupo que manifestava na frente de sua sede, em Lisboa. Se não fossem esses assassinos, um governo inteiro teria sucumbido sem o disparo de um tiro sequer... do lado dos manifestantes, nenhuma violência foi aplicada.
Outra, "no Egito e na Síria o povo está lutando contra os opressores, aqui fazemos o mesmo", dizem alguns. O exemplo aqui
citado também possui um embasamento cultural maior do que aqueles que
comparam o que está ocorrendo aqui (nossas semelhanças com Portugal,
admitam, são maiores do que as com o Oriente) com a Primavera Árabe, acontecimentos distintos, começando pela cultura diferente entre
nós e resultando no próprio conceito no modo de fazer política
usada no Oriente Médio e aqui, com fatores bem diversos. Na História, quando fazemos comparações, temos que nos aproximar ao máximo de um exemplo existente e não ser simplista, senão, todo movimento popular se torna igual e o que era para ser um argumento que comprovaria seu ponto acaba tornando-o simples de ser contrariado, como acabei de fazer.
Por isso meus caros, não vão nessa pilha errada que "para protestar tem que quebrar e usar de violência"... Tem que existir é organização das lideranças e compreensão com o trabalho dos policiais, que obedecem ordens vindas, ás vezes, de alguns corruptos ou autoritários. Por que as lideranças não falam com os comandantes e pedem auxílio, como ocorreu em BH? Aposto que eles vão ouvir, eles são gente e, na sua maioria, não gostam de confrontos, como vocês. Eles vão ouvir se tratados com respeito.
Terceiro ponto: cuidado com quem aproveita tais movimentos para levantar a bandeira de sua causa/partido. Muitos são aqueles que aproveitam estas grandes manifestações para tentar modificar os verdadeiros propósitos (que eu acho extremamente nobres no caso destas mobilizações que vejo) para colocar ideologia capenga e arcaica de partidinho radical.
George Orwell, em seu livro "A Revolução dos Bichos", que fala da tomada de uma fazenda pelos animais que lá viviam sobre a opressão dos homens, após algum tempo, mostra a deturpação que os líderes (no caso, os porcos) acabam sofrendo em seus ideais, ao final da mesma obra, não se distinguia os porcos dos homens.
Uma das leis, escritas pelos porcos na parede do celeiro, inicialmente falava: "Todos os Bichos são iguais". Quando eles estavam no processo de corrupção, a lei mudara "sutilmente": "Todos os Bichos são iguais, contudo, alguns são mais iguais que os outros". Percebem? Estas pessoas que gostam de modificar os objetivos primários e que todos compreendem para baboseiras ideológicas se colocando como pseudo-intelectuais no início destes protestos, acabam querendo ser tão o oposto daquilo que são contra que se tornam a mesma coisa. E outra, já pensaram que podem existir pessoas especialmente designadas para exercer a desestabilização do movimento dentro do mesmo?
Lutem pelo que acreditam e anseiam, e não pelo o que os outros dizem que será bom.
Conclusão: Vejo algo belo se construindo na mentalidade de nosso povo. Saímos de nossos lares para protestar, outros (meu caso) acabam escrevendo e avaliando a situação com a esperança de trazer mais pessoas para esse sentimento de revolta que sentimos, também existem aqueles que entraram e entrarão no Executivo, Legislativo e Judiciário com a esperança de que seu trabalho será de importância para o desenvolvimento do país, enfim, vejo um povo que não deseja mais ser acomodado, seja de forma física ou intelectual. Usamos nosso "eu" para lutar por direitos que pertencem a "nós" depois de muitos anos de ausência política popular em nossa nação. E, para isso ser completo, a compreensão desta causa precisa ser do conhecimento geral para surtir efeitos e atingir seus objetivos.
Somos brasileiros, não "assistiremos bestializados" a chegada de nada se desejarmos mudar esse quadro corrupto e indigno que muitos vivem. Violência, educação precária, saúde pública perfeita no papel e na prática um desastre, são fatores que ouvimos de 2 em 2 anos serem criticados nas campanhas políticas e que continuam em nossa diária labuta para sobreviver, porque viver, de fato, e aproveitar desta vida apenas alguns conseguem.
Vamos brasileiros, sem causas políticas e bandeiras de partidos, usando apenas nossas mentes e a bandeira nacional como símbolos do amor que temos por esta terra e contra tudo que nos faz sofrer neste país.
É difícil escrever uma primeira ideia a respeito de um filme tão arrebatador quanto OZ. Sim, arisco-me a dizer que dentre todos os filmes em 3D que já assisti nos cinemas (e a lista é longa), esse é o mais bem produzido (com um orçamento de R$200 milhões, podíamos esperar algo de potencial), aquele que suga o telespectador para o interior da película, que nos deixa sentir um pouco da emoção aventureira que se passa diante de nossos olhos, que nos assusta, nos instiga a curiosidade e nos faz querer seguir em frente com os personagens.
A história muito bem elaborada, com homeopáticas e bem precisas doses de comédia, traz em seu seio a gênese do imortalizado personagem do conto de fadas "O mágico de OZ" de Lyman Frank Baum.
O filme é apresentado em um contexto completamente natural da vivência humana, quando apresenta o fajuto mágico Oscar Diggs (James Franco) ao público. Um galanteador que presencia a sua vida tomar um rumo completamente inesperado quando se vê obrigado a escapar de uma confusão com o chefe do circo em que trabalha, no Kansas, em um balão vermelho que posteriormente é sugado por um furacão.
A consequência disso tudo é OZ. Um mundo repleto de fabulosos efeitos especiais tridimensionais.
Sobre isso, com a palavra, o cineastra Sam Raimi:
— Usamos, no começo, uma câmera especial para amplificar o colorido, mas ela captava as imagens com certa lentidão. Fizemos mudanças para criar efeitos tridimensionais que realmente provocassem os sentidos da plateia, em vários níveis, sem cansar os olhos com óculos 3D. A cor era fundamental para valorizar essas sensações, similares às que o personagem, um mágico com um vazio dentro do peito, encontra ao cair de um balão num mundo de fantasia. Queria que todos se sentissem como Oz. — diz Raimi
Conhecendo melhor o fantástico mundo de OZ, o mágico vai contestando seus valores, conhecendo o povo do país e fazendo amigos que lhe serão de crucial auxilio durante o percurso da história.
O roteirista deixa espaço para a criação profunda de vínculos, deixa abas para o diretor explorar, como colocar o próprio cenário - que chega a interagir com os telespectadores - entre os personagens principais! Há tensão, monstros e bastante aventura, mas o clima é de fantasia.
Tudo foi muito bem planejado, muito bem executado e OZ tem tudo para traduzir em sua essência um dos melhores filmes do ano (que mal começou).
Ah, e é claro, o final é inteligentemente arrebatador.
O outro lado de OZ
Fazer de OZ um filme arrebatador era a pretensão principal de Sam Raimi, cineastra de "Homem-Aranha". Precisava ele reaver um prestígio Hollywoodiano que se afastava desde o findar do terceiro filme da saga. Com isso a expectativa em torno de OZ aumentava cada vez mais e fazer deste um longa positivamente criticado era a consequência mais elevada que ele precisava atingir. E atingiu, com largo êxito.