O mundo se surpreendeu hoje com o anúncio do líder revolucionário cubano, Fidel Castro. Este afirmou que não irá exercer mais nehum cargo no partido comunista (único no país). Ele exercia o cargo de primeiro-secretário, da criação do partido (em 1965) até hoje.
Tal anúncio veio com o 6° congresso do Partido Comunista Cubano que se realiza nesta semana. Fidel apoiou algumas ideias de seu irmão, entre elas, de aumentar o número de mulheres e negros na parte central do partido.
A decisão de Fidel foi informada horas depois de o Partido Comunista ter anunciado um plano de reformas econômicas com as quais Raúl Castro pretende ''atualizar'' o modelo socialista do país.
As mais de 300 iniciativas apresentadas no congresso incluem reforma agrária, desburocratização da administração pública - com a redução do setor e a amplição de direitos cedidos à inciativa privada, como, por exemplo, o direito ao autoemprego. Algumas destas medidas, na prática, já estão em vigor há alguns meses.
Uma das medidas mais importantes anunciadas no congresso é a de que, pela primeira vez desde a revolução de 1959, cubanos poderão comprar e vender seus imóveis. Nos últimos 50 anos, só era permitido passar propriedades para os filhos ou trocá-las através de um sistema complicado e muitas vezes corrupto.
Raúl Castro alertou que a concentração de terras não será permitida, mas nenhum detalhe do novo sistema foi divulgado.
Finalmente os novos dirigentes do socialismo cubano perceberam o sistema de governo fadado ao fracasso, caso não seja atualizado. Um rejuvenescimento (pelas palavras de Raúl Castro) é necessário e será aplicado pelo partido de agora em diante. Altos cargos serão limitados a dois mandatos de cinco anos. Uma nova eleição foi feita para decidir uma nova liderança do partido mas, os resultados ainda não foram anunciados.
Esse "upgrade" era extremamente necessário ao país. Parece que estão caminhando para um "comunismo chinês" que possui "ilhas capitalistas" para dinamizar a economia (com algumas óbvias diferenças, claro). Percebam o anúncio da reforma agrária, algo básico em toda doutrina voltada para o povo sendo colocada em prática (somente será necessário observar sob quais circustâncias). Diminuição do poder público significa que a máquina do governo está saturada e precisa de um escape, que está ocorrendo com a ampliação dos direitos para uma iniciativa privada que logo será atuante no país.
O mundo, abismado, observa reformas até pouco tempo consideradas inadmissíveis pelo comunismo cubano. Será que estamos vendo um novo "Muro de Berlim" ou apenas uma nova tomada de fôlego feita pelos dirigentes do partido? Estou achando que a segunda opção, até agora, é a mais provável.
Via: MSNews
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