Amanhã o povo irá às urnas e 4 anos serão traçados pelos nossos votos. Entretanto, gostaria que vocês fossem, se possível, com essas palavras de Rubem Alves na cabeça e, com elas, duas dicas de livros relacionados com o tema:
Tão
bonita, a idéia da democracia! Melhor não há. Os
cidadãos, educados, conscientes das suas necessidades,
no exercício da sua liberdade, sem compulsões, sem
enganos, escolhem por meio do voto aqueles que serão os
seus representantes. Na cidade, os vereadores, no
estado, os deputados estaduais, no país, os deputados
federais e os senadores. Nada mais transparente. Nada
mais honesto.
E
os representantes do povo, dominados por um único ideal:
trabalhar para o bem comum. No ato de se aceitarem como
representantes do povo eles deixam de lado a sua
vontade, os seus interesses privados, particulares.
Tornaram-se depositários da vontade do povo. Quando
pensam e agem não pensam e agem de acordo com os seus
interesses. Apenas uma pergunta informa o seu pensar e o
seu agir: “É do interesse do povo?”
É
assim que eu quero. É assim que todo mundo quer. Como é
linda a democracia quando escrita no papel! O problema é
que o que está escrito não é aquilo que é vivido. O
poder corrompe os ideais.

Será essa a ironia
da história, que cada luta pela liberdade se transforme
sempre numa nova forma de opressão? Parece que só pode
ser partido ético o partido que não está no poder. O
poder cria imperativos de outra ordem.
Pois bem, ele conclui citando Albert Camus (pronuncia-se "Camí"):
“Já se disse que as grandes idéias vêem ao mundo
mansamente, como pombas. Talvez, então, se ouvirmos com
atenção, escutaremos em meio ao estrépito dos impérios e
nações, um discreto bater de asas, o suave acordar da
vida e da esperança. Alguns dirão que tal esperança jaz
numa nação; outros, num homem. Eu creio, ao contrário,
que ela é despertada, revivificada, alimentada, por
milhões de indivíduos solitários, cujos atos e trabalho,
diariamente negam as fronteiras e as implicações mais
cruas da história. Como resultado brilha por um breve
momento a verdade, sempre ameaçada, de que cada e todo
homem, sobre a base de seus próprios sentimentos e
alegrias, constrói para todos.”
Ainda há esperança, de fato, ela nunca nos abandonou. Escolham bem neste domingo!
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