Quando questionado sobre o “padrão” da instituição que
representa Jérôme Valcke, secretário geral da FIFA, garantiu que podemos sim
associar esta expressão, usada de forma irônica pelos brasileiros nos últimos
tempos, como sinônimo de “alta qualidade”.
Em suas palavras, o secretário continua: “...Um bilhão de pessoas assistindo à final. Três milhões de pessoas
nos estádios etc, etc. Quando temos estes números, temos que fazer o melhor.
Não podemos desapontar as pessoas. Elas esperam o melhor tanto dentro do campo,
quanto nas cidades. Querem se divertir quando vierem para o Brasil. Por isso
pedimos muito, pedimos o melhor. Por isso nosso padrão é tão alto. Tenho
certeza de que, quando observarmos o que foi entregue, teremos o padrão Fifa”.
Existem alguns trechos interessantes que podemos resgatar do
comentário desse homem que trabalha para a maior instituição esportiva do
mundo.
“Não podemos desapontar
as pessoas”,
referindo-se a grandiosidade do evento. Pois bem, sinto informar, mas estão
desapontando. Não me refiro à instituição-mor do futebol, e sim, aos políticos
que resolveram trazer este evento mundial para nosso país. Era tudo muito belo
quando o ex-presidente Lula conseguiu trazer a Copa do Mundo para a “Terra do
Futebol”. Contudo, algumas coisas não foram esclarecidas para os brasileiros.
Não explicaram que os países europeus que haviam sediado as
Copas anteriormente haviam adquirido grandes prejuízos financeiros e que, após
o evento, as instalações exigidas pelo “padrão FIFA” se tornaram subutilizadas.
Não disseram que o investimento privado nos estádios acabaria sendo
complementado, senão totalmente pago, com verbas públicas, porque se esqueceram
de planejar que o investimento particular somente surge quando o projeto é
lucrativo. “Esqueceram” de informar que aqui é a terra do “jeitinho” e, ao
chegar próximo da data do evento e com as pressões impostas pela FIFA (em seu
total direito contratual), seria respondida com desvios de verba, investimentos
emergenciais e superfaturados, cinismo por parte dos políticos e alegria por
parte das empreiteiras que participam dos “projetos bem delineados” do governo.
“Elas esperam o melhor
tanto dentro do campo, quanto nas cidades”. De fato, esperamos. Esperamos por gerações e
gerações de mandatos uma mudança em nosso país que não surge. Aguardamos
ansiosamente ver em nossas cidades um “padrão FIFA” para escolas, hospitais e
segurança pública.
É evidente a conclusão que melhoramos de uns anos para cá. As
pessoas têm mais conforto, liberdade, oportunidades de se desenvolver, porém...
Não foi suficiente. Sempre temos a sensação de estar faltando algo, que poderia
ser melhor, que estamos sendo iludidos e que a espera, compartilhada por todos
os brasileiros há décadas, parecer não suprir mais nossas ânsias.
Toda geração de jovens, durante anos, sempre sonhou com um
Brasil melhor. Lutaram, gritaram, foram às ruas, imaginando que quando chegasse
sua vez de tomar o poder seria diferente e, então, esperaram.
De fato, tais gerações chegaram ao poder e... Aquele
“altruísmo” todo parece ter desaparecido. Na verdade, esta definição parece não
existir no dicionário dos principais nomes políticos no Brasil hoje. E, o pior, é que
tal “tendência altruística” aparenta diminuir com os anos e sumir completamente
ao assumir um cargo eletivo no governo. Pois é...
Para concluir: “Por
isso pedimos muito, pedimos o melhor”. Exato, senhor secretário, é isso que
nós, brasileiros, deveríamos pedir: o melhor. Estamos acostumados com os
restos. Somos o cachorro que late para o automóvel de forma incessante, mas que
não sabe reagir quando o carro para ao seu alcance.
Vemos nossas escolas e exigimos “padrões FIFA” para as
mesmas, mas não sabemos como pedir. Assistimos a falta de remédios e médicos
estressados ou relapsos em nossos hospitais e não sabemos consertar isso. Reclamamos
porque vivemos cercados por grades e temos medo, não dos criminosos, mas da
ausência do Estado em nossas vidas para que ele controle tais índices e promova
um grau de segurança em nosso dia-a-dia.
Enfim, antes de exigir um “Brasil padrão FIFA”, talvez
devêssemos exigir políticos neste padrão e, o mais importante, brasileiros que
se enquadrem neste padrão.
O palestrante Luciano Pires, em um de seus textos fala: “O ser humano quer mais. Depois que
experimenta algo, quer algo melhor. Sempre melhor. E no processo de busca pelo
algo melhor, passa por cima do altruísmo. Ou olha em volta, vê todo mundo se
dando bem, cansa de ser o otário e parte para fazer o que todo mundo faz. E
entra no jogo...”.
Então? Chega de entrar no jogo deles e pedir por “padrões”
que não fazemos por merecer. Devemos começar a confiar em nós. Não apenas
façamos e falemos sem pensar, agindo como um idiot savant (aquele que apenas possui o "conhecimento" mas não o discernimento das situações) em nossa ignorância. Chega de odiar a política, chega
de desconhecer como funciona a sociedade, chega de conformismos... Falhamos ao
não colocar nosso altruísmo como parte de nosso caráter e nossos sonhos como
metas. Será que falhamos ao amadurecer?
Por isso, exigir um país “Padrão FIFA” se você não consegue ser um brasileiro que se enquadra em um “Padrão Cidadão” talvez não adiante muito...
2 comentários:
O Filósofo Joãozinho Trinta já tinha dito: QUEM GOSTA DE MISÉRIA É JORNALISTA E POLÍTICO, POBRE GOSTA É DE LUXO E RIQUEZA! Daí, temos direito a passar esse Brasil a limpo e exigir um PAÍS PADRÃO FIFA. Esse Brasil Padrão Brasil, a gente deixa só pro PT... como gostam de miséria!!!!
O Filósofo Joãozinho Trinta já tinha dito: QUEM GOSTA DE MISÉRIA É JORNALISTA E POLÍTICO, POBRE GOSTA É DE LUXO E RIQUEZA! Daí, temos direito a passar esse Brasil a limpo e exigir um PAÍS PADRÃO FIFA. Esse Brasil Padrão Brasil, a gente deixa só pro PT... como gostam de miséria!!!!
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