sexta-feira, 11 de março de 2011

Maior temor confirmado: Ocorre um vazamento de radioatividade no Japão

Atingindo níveis extremamente altos de radioatividade um cordão de isolamento de 10 Km foi traçado ao redor da Usina para proteger as pessoas. O governo retirou todos naquela região em que viviam aproximadamente 17 mil brasileiros.

O 7° maior terremoto da história registrada que trouxe como uma das consequências tsunamis de 4 metros de altura que afetaram a cidade de Sendai, uma das mais prósperas da região. Focos de incêndio foram transportados pelas ondas que afetaram até Tóquio.

Os principais transportes públicos foram cancelados e muitas pessoas tiveram que voltar para suas casas andando. Comunicações estão sendo pouco a pouco restabelecidas e a Internet foi o único meio de saber o que estava acontecendo no Japão. Redemoinhos foram vistos ao longo da costa japonesa após a passagem das ondas gigantes.

O Japão, uma das 3 maiores economias do mundo, vem passando por dificuldades provindas da crise econômica de 2008. Agora, além dos problemas econômicos (como a recessão), está enfretando uma das maiores catastrófes da história da humanidade, guardando as devidas proporções. Levando em conta que a tragédia só não foi maior por este país ser um dos mais preparados em quesito infra-estrutura e haver protocolos de emergência para tais situações.

Analisando de uma forma fria e a título de ilustração o terremoto de 7.0 graus na escala Richter que atingiu a Nova Zelândia em 2010 teve zero fatalidades, enquanto que outro de mesma magnitude matou centenas de milhares de pessoas no Haiti naquele mesmo ano. Percebemos aí que independente da magnitude do desastre, o que realmente conta para superar tais crises é o desenvolvimento. Até hoje o Haiti não se recuperou.

Tanto a ONU como os EUA se prontificaram logo em ajudar o Japão. As bolsas de valores de todo o mundo foram abaladas com a tragédia japonesa. É necessário ajudar rapidamente e de forma satisfatória o país a se reerguer, para que a abragência da economia japonesa não se torne um transtorno e afete outros países.

Outro quesito a ser questionado é a corrupção. Um recente estudo publicado pela Universidade do Colorado aponta que 83% das mortes causadas por terremotos ocorrem em países corruptos. Os pesquisadores Roger Bilham e Jim Scott cruzaram dados dos óbitos resultantes dos tremores de terra com os índices de corrupção apurados pela ONG "Transparência Internacional" para chegar a este resultado.
O estudo é muito interessante para analisar a forma como dois fatos podem estar correlacionados, tendo relação de causalidade ou não. Bilham e Scott sugerem dois elos entre mortes em terremotos e corrupção:
  • é o fato de que prédios são liberados pelas autoridades sem que os padrões mínimos de segurança em construção civíl sejam observados - tanto em termos de especificações quanto de qualidade/quantidade de material empregado.
  • O é mais uma cadeia de fatos: corrupção e pobreza normalmente andam de mãos dadas; em países pobres, o nível educacional é mais baixo, desde o ensino de base até as faculdades - e isso inclui a de engenharia civil e os demais trabalhadores da construção. A consequente destruição seria fruto da baixa qualidade da mão-de-obra, do planejamento à execução.
  • Há, ainda, uma hipótese sugerida por Bruce Bueno de Mesquita no formidável The Predictioneer's Game: Using the Logic of Brazen Self-Interest to See and Shape the Future (Random House, 2009). Logo na introdução ele diz: "The difference between doing a good job and doing a lousy job is driven by how many people a leader has to keep happy." ("A diferença entre fazer um bom trabalho e um trabalho medíocre é função de quantas pessoas um líder precisa manter felizes."). A relação disso com o tema é explicada um pouco adiante, quando Mesquita lembra que um ditador não precisa dar satisfação a ninguém - ou a poucas pessoas. Por isso, ele pouco liga para a satisfação ou a segurança do seu povo. Já numa democracia, uma tragédia como esta pode representar um retumbante fracasso eleitoral.
De certa forma, ambas as teorias estão em sintonia, já que na maioria das vezes as ditaduras são extremamente corruptas. Ainda assim, são três hipóteses para o mesmo desfecho. Certamente um sinal claro de que precisamos buscar mais fundo as explicações para problemas complexos. Tão fundo que às vezes a terra treme...

O Japão possui um dos menores níveis de corrupção sendo o 17° na posição dos menos corruptos em 2010 (para termos uma noção o Brasil está em 69°...). A Nova Zelândia está em 1° dos menos corruptos e o Haiti em 146°. Bem parece haver uma lógica nesse estudo na minha opinião.

Agradecimento ao site: http://www.naopossoevitar.com.br/ e a ONG http://www.transparency.org/

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