Este post foi feito pelo meu caro amigo Lucas Belmino
(as partes em itálico e/ou entre parênteses são pequenas intromissões que me dei ao luxo de fazer)
Todos (ou quase) nós já passamos por aquela aula onde o professor vai
falar sobre Guerra Fria. Depois de falar sobre a economia e política de cada um
dos principais países (Estados Unidos e União Soviética), fala-nos do mais
importante: a Corrida Espacial (que será explorada qualquer dia aqui) e a
Corrida Armamentista, que foram as encarregadas de boa parte da tecnologia que
utilizamos hoje.
Neste período houve grandes
investimentos no fortalecimento dos exércitos e da criação de armas mais
modernas e com maior poder de destruição. Aqui veremos de perto o ápice desse
investimento e os motivos para muita gente ter medo da tecnologia nuclear.
3º Lugar: Castle
Bravo / 1º de Março de 1954, Ilhas Marshall (Oceano Pacífico): 15 Megatons.
Produzida pelos EUA, a Operação Castle, projetou e realizou
alguns testes com suas bombas, sendo a mais poderosa a própria “Bravo”.
Esperava-se uma potência de seis megatons, contudo, devido a um erro de cálculo
atingiu 2,5 vezes o esperado, o que por sua vez criou um cogumelo de 40km de
altura e 100km de diâmetro e que, além disso, modificou o sentido do vento,
levando partículas radioativas para a Índia, Austrália, Europa, Japão, EUA e
quase todas as ilhas da Oceania. (Imagino
os engenheiros e físicos falando: “ops!
Acho que exageramos...”)
2º Lugar: Teste 219 / 19 de Setembro de 1962, Nova Zembla (URSS,
quase no extremo norte do planeta): 24,4
Megatons.
Mesmo sendo realizado após o
teste da bomba mais poderosa (a próxima
da lista, claro), o Teste 219,
foi uma evolução. Baseado na ideia de criar uma “bomba limpa”, que realiza sua
fusão e fissão nucleares por completo (ou o mais próximo possível), o que
envolve um processo de controle da velocidade (20 a 25 m/s) para que a primeira
explosão aconteça na altitude adequada (nesse caso: 3750m), fazendo com que, no
caso do Teste 219, chegasse ao
rendimento de 99% da energia da fusão. (Sem
vídeos do teste, infelizmente).
1º Lugar: Czar Bomb ou Rei de todas as Bombas / 30 de Outubro de
1961, Nova Zembla (URSS): 50 Megatons.
Protótipo da bomba que viria a
ser conhecida como Teste 219, a “Czar” (Nome oficial “Ivan”, que era o nome de um Czar russo que recebia o vugo de “O
Terrível”... para vocês terem uma noção de como ela era "gente boa") foi
projetada para ter o poderio de 100 Milhões de Toneladas de TNT (megatons),
porém havia o risco de haver grande difusão de material radioativo pela região
e a Rússia sofrer com o que chamam de Inverno Nuclear (além também da probabilidade dela queimar toda a atmosfera terrestre, coisa
pouca...). Com isso, reduziram seu potencial para “somente” 50 Megatons.
Pesando 27 toneladas, foi
necessário um paraquedas de 800 kg (Não consegui as medidas, mas dá pra ter uma noção do tamanho da criança) para retardar a
queda e permitir que os aviões (Lançador e Observador) fugissem da explosão.
Detonando na altitude de 4000m, formou uma bola de fogo que quase chegou à
altitude do lançamento (10km). A explosão pode ser vista a mais de 1000km,
causou queimaduras de terceiro grau até uma distância de 100km. O cogumelo
tinha 60km de altura e 30 a 40 km de diâmetro. Os ventos da explosão causaram
danos em um raio de 1000km. E o choque sísmico causado pela explosão pode ser
sentido três (3) vezes por ficar
“circulando pelo mundo”. Entenderam o motivo de a Rússia estar no G-7 e no
Conselho de Segurança da ONU agora?
Original (Veja a partir de 1:32)
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Costumo ver as coisas por um
ponto de vista mais pessimista, principalmente algo que pode varrer a vida
do nosso planeta. Uma única bomba, com 667 vezes mais poder destrutivo que a
Little Boy (lançada na retaliação ianque
ao Japão em Hiroshima no fim da Segunda Guerra) não pode ser algo “saudável” para se ter. Não estamos prontos para
ter armas como essas, não há necessidade de tanto poder destrutivo (tirando a exceção de se prevenir contra os
ET’s, claro). Se dermos uma olhadinha nos dados, usando a energia da “Czar”
para empurrar o Cristo Redentor (1145 Toneladas), ele chegaria a 20,000 vezes a
velocidade do som (como dizem aqui no
Ceará: eu fico imaginando o “papoco”).
Sou totalmente a favor da utilização
de energia nuclear, entretanto também sou a favor do desarme de TODAS as bombas
de destruição em massa, mesmo em períodos de grande tensão internacional (agora, caso seja interplanetário...).
Tirando as
brincadeiras que fiz no texto sério de meu amigo, realmente vale salientar a
loucura que é o ser humano continuar pesquisando e fazendo melhorias em áreas
que apenas causam dor e sofrimento para sua espécie. Imaginem se o dinheiro
hoje utilizado nas indústrias bélicas ao redor do mundo fosse destinado a
acabar com certas mazelas que vemos diariamente e parece estarmos
acostumados...
A filósofa e
romancista francesa Simone de Beauvoir dizia algo bem interessante: “O mais
escandaloso nos escândalos é que nos habituamos a eles”. E este parece ser o
estado habitual da humanidade hoje: habituamos-nos as atrocidades vistas todos
os dias ao redor do mundo e nem se manifestar sobre nos damos mais ao trabalho.
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